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Meteorismo

As épocas festivas estão aí e isso é normalmente sinónimo de excessos alimentares. As refeições são mais “pesadas”, os alimentos mais condimentados e o resultado pode ser mesmo … meteorismo.

O nome até pode ser um pouco assustador, mas na verdade já todos passamos por isso e não há razões para alarmismo. Vamos entender um pouco melhor sobre o que falamos quando utilizamos este termo?
Este termo vem muitas vezes associado a um outro… Flatulência. (Assim já não parece tão mau, pois não?)

Meteorismo e flatulência são dois termos frequentemente utilizados quando pretendemos referir distúrbios relacionados com a presença de gás no intestino.

É um quadro clínico resultante de um excesso de gás dentro do intestino, que acaba por resultar num aumento da sensibilidade e na distensão das paredes intestinais. É uma situação muito frequente, que afeta pequenos e graúdos, e uma fonte de muito desconforto para todos aqueles que desse mal padecem.

O gás presente no intestino (nitrogénio, oxigénio, hidrogénio, dióxido de carbono e metano) é normalmente resultante de:

  • Ar “engolido” durante a deglutição; O ar engolido é a principal fonte de gás no estomago, sendo que apenas uma pequena parte chega ao intestino pois a maioria é libertada na forma de arroto.
  • Ar produzido no intestino; A maior parte do gás intestinal é produzido pela flora intestinal sendo maioritariamente proveniente da fermentação de alguns alimentos que ingerimos no dia a dia.
  • Ar que surge por difusão do sangue. Certos gases, como o nitrogénio, o oxigênio e o dióxido de carbono podem passar para o intestino do sangue

Aerofagia, situações de stresse, ingestão de alimentos ricos em hidratos de carbono não absorvíveis (aumenta a fermentação no cólon), uma alimentação muito rica em fibra e a toma de antibióticos que alterem a flora intestinal são apenas alguns dos fatores que podem contribuir para o aumento da produção de gás e consequentemente para o desconforto abdominal.

Haverá maneira de passar por esta época festiva sem que este “mal” nos bata à porta? Ou melhor… sem que este mal nos faça bater na barriga? Nós acreditamos que sim e a verdade é que a natureza coloca ao nosso dispor uma série de soluções às quais podemos recorrer nestas horas. Quer saber quais?

Ora espreite lá:

Anis
O anis é uma planta originária da região mediterrânica Oriental e da Ásia Ocidental tradicionalmente utilizada como coadjuvante em casos de espasmos gastrintestinais suaves com inchaço e flatulência. A Comissão E aprovou a sua utilização em problemas dispépticos.

Boldo
O boldo é um arbusto originário das regiões andinas do Chile. A Comissão E aprovou a sua utilização em indigestões e casos de leves espasmos gastrintestinais.

Alcaravia
A alcaravia é uma planta originária do Médio Oriente, frequentemente utilizada nas perturbações digestivas e como forma de melhorar a função intestinal e os espasmos. A Comissão E aprovou a sua utilização em problemas dispépticos.

Funcho
O funcho é nativo da região mediterrânica. Os seus frutos são frequentemente utilizados como forma de diminuir os espasmos do trato gastrintestinal. A Comissão E aprovou a sua utilização em dispepsias leves, cólicas gastrintestinais e flatulência.

Zimbro
O zimbro é um arbusto encontrado principalmente em zonas montanhosas. As suas gálbulas parecem ter uma ação digestiva, tendo a Comissão E aprovado a sua utilização em casos de dispepsia.

Alcaçuz
O alcaçuz é uma planta espontânea no Sudoeste e Centro asiático. Contém glicirrizina e glicerretina na sua composição, duas substâncias que parecem contribuir para que o alcaçuz apresente um efeito espasmolítico.

Hortelã
A hortelã é frequentemente utilizada em casos de flatulência. A Comissão E aprovou a utilização das suas folhas em perturbações digestivas que beneficiem da sua ação espasmolítica sobre a musculatura lisa.

Ruibarbo
O Ruibarbo é um arbusto originário do Nordeste da China e das regiões montanhosas do Tibete Oriental. A Comissão E aprovou a sua utilização na Obstipação funcional.

Dente de Leão
A Comissão E aprovou a utilização do Dente de Leão em casos de dispepsia (enfartamento e flatulência).

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 Autoria: Drª Cristina Usnik

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