A alimentação lá em casa
A pedido de clientes e amigos vou escrever como estruturei a alimentação lá em casa! Com uma filha de 8 anos e um bebé e de 11 meses. Em idades bem diferentes, o meu próprio caminho na alimentação também foi mudando a cada fase da minha vida.
Fui adquirindo hábitos diferentes, experimentando novos padrões alimentares, recriando pratos da minha infância e me adaptando à cultura alimentar da terra em que vim viver e também à alteração alimentar do mundo.
Quando a Mariana nasceu eu estava no auge da descoberta da nova geração alimentar que hoje é tão procurada nos consultórios e na internet. Cozinhar sem proteínas de origem animal, experimentar diferentes tipos de cereais (quinoa, millet, bulgur…). Descobrindo tudo isso com muita curiosidade. Entrei em contato com a nutrição fora do emagrecimento, das doenças, simplesmente como parte do dia a dia, da organização da família, do conceito de querer o melhor para os nossos filhos, sim?!
Bom, seguindo, a Mariana sempre foi de bom “garfo”! Até hoje tudo o que ofereço ela experimenta e na altura do desmame eu estava na grande descoberta do crudivorismo. Então, conforme ia cortando os alimentos para a sopa passava pedaços para ela degustar… Abóbora, nabos, courgetes, cenoura, etc… Quando dizia que tinha fome (muitas vezes) dava e dou pepino por exemplo. E assim, a quantidade de vegetais e de sabores que foi vivenciando fez com que o leque de alimentos se fosse alargando cada vez mais.
O segundo capítulo é o bebé Luís que iniciou a introdução dos alimentos com muitos dentes, hoje já tem 12, então a adaptação ao menu tem sido mais veloz (acho que o segundo filho é assim mesmo). Com o Luis eu já tinha 8 anos de alimentação biológica, vegetariana, vegana, bebidas vegetais, bolachas caseiras, bolos sem açúcar… Portanto foi mesmo adaptar a realidade.
Já digo que ainda hoje acerto e erro em muitas receitas, porque também invento conforme os ingredientes que tenho, mas por norma procuramos comer os alimentos pouco modificados.
Por exemplo, o lanche da Mariana nas últimas semanas. Devido a uma disbiose no intestino por ter comido muitos doces (também come), combinámos que o pequeno-almoço que normalmente era bebida de arroz com achocolatado e fruta ter ai que ser modificado. Como já é grandinha, faz o próprio pequeno-almoço e as escolhas variam entre: 1. Pêra abacate e papa de aveia; 2. Cornflackes sem açúcar Bioforma + bebida de aveia + abacate; 3. Banana as rodelas ou amassada com linhaça moída e flocos de aveia ou espelta; 4. Um punhado de avelãs e laranja; 5. E assim vai… Usando a autonomia e a criatividade.
Os lanches também estão no mesmo caminho:
- Pepino + maçã
- Pêra abacate + maçã
- Banana + algum fruto seco
- Pão com ovo (às vezes)
- Já levou tomate, queria comer como maçã…
Ou seja, muito variada.
Agora algumas receitas que faço para o Luis:
- Arroz integral + lentilhas vermelhas é a base para quase todo o prato principal, depois vou variando nos vegetais. Dá para ralar ou amassar quando já come mais sólido
- Arroz integral + feijão azuki e sigo o caminho acima
- Quinoa ou millet também utilizo geralmente com as lentilhas, mas já fiz com feijão mungo.
As papas: A base para papas é muito parecida com a da sopa porém, ao invés de colocar vegetais, coloco a fruta. Acrescento sempre sementes de sésamo pelo aporte de cálcio e vou variando no sabor. Já fiz com coco, pitadinha de canela e curcuma.
E assim fazemos a alimentação lá em casa. Os adultos vão petiscando aqui e acolá esses novos sabores!
Autoria: Drª Márcia Elias