Psicologia do emagrecimento
Por que devemos levar em consideração as emoções, sentimentos e pensamentos quando queremos emagrecer? A forma como o é tratado na atualidade parece algo tão fácil de conseguir e, mais ainda, é como se bastasse força de vontade!
Sim, em parte pode-se considerar que toda mudança de rotina e de hábitos é desconfortável e, como bons seres humanos, mantermo-nos na zona de conforto é mais forte do que cultivar a mudança.
Porém, muito pouco é dito acerca dos processos mentais na perda ou no ganho de peso. Deixo abaixo algumas reflexões:
1. Comer acalma-me
Um reflexo inato do ser humano é a sucção. Quantas vezes a mãe ou o cuidador, para acalmar o bebé, o colocam na mama, no biberão, na chucha… E por que faríamos diferente? Parece que é nosso o uso da “boca” para lidar com as emoções.
2. Relação com os nossos pais ou cuidadores
Quando não fomos devidamente contidos pelos nossos cuidadores ao longo da nossa infância fazendo-nos instalar na nossa mente pensamentos positivos de: “sou compreendida (o)”; “sou amada (o)”; “sou importante”, podemos, em determinado grau, desenvolver crenças negativas a nosso respeito que podem seguir uma vida connosco. Fazer uma boa terapia, buscar boas referências internas a nosso respeito traz qualidade de vida. Afinal merecemos viver com equilíbrio emocional.
3. Abuso sexual
Sobre esse assunto falamos baixo e por isso deixo aqui para pensar pois muitas crianças ou jovens passaram por situações de abuso em diferentes graus. E, qual tenha sido a frequência ou intensidade, deixa marcas de trauma e altera a relação linear com a nossa auto imagem. A “gordura” torna-se uma capa protetora! Emagrecer “deixa-me exposta”. Para refletir! Se se identificou, procure uma boa psicoterapia e resolva o que já se foi, não arraste sofrimento! Viva com qualidade!
Enfim, depois de 12 anos trabalhando com diferentes pessoas que buscam a perda de peso, penso que trazer luz para a importância dos processos mentais num tema que parece tão simples possa libertar de culpas aquelas pessoas que acham ser a força de vontade a única responsável pelo sucesso. E enfatizo que as experiências da vida infantil, sim, têm enorme peso no corpo e na mente!
Um abraço!
Autoria: Drª Márcia Elias