Dia Mundial da Saúde: saiba como ter uma alimentação mais sustentável
Hoje assinala-se o Dia Mundial da Saúde e, para este ano, o tema selecionado pela Organização Mundial da Saúde é “O nosso planeta, a nossa saúde” - uma relação intrínseca entre o planeta terra e a saúde dos seres humanos.
O objetivo é ajudar-nos a refletir e a repensar sobre todas as variáveis que influenciam, positiva ou negativamente, o planeta e os seres humanos, bem como a ajudar reestabelecer um conjunto de equilíbrios que se têm vindo a perder nas últimas décadas.
Mas, afinal qual é a ligação entre o planeta e o homem? É simples. Ao poluir e contribuir de forma negativa para o estado do planeta, o ser humano acaba por se prejudicar, pois os alimentos que produz e recolhe da natureza, além de se tornarem cada vez mais escassos, estão igualmente poluídos.
Em suma: o ser humano poluí, mas depende de alimentos igualmente poluídos. Uma ligação que acaba também por ser cíclica, sem fim. A saúde de todos nós depende, claramente, da saúde do nosso planeta que, além de nos fornecer os alimentos, é igualmente o local onde habitamos.
Já em 2020, publicou-se um estudo que indicava que a alimentação é responsável por 29% da pegada ecológica portuguesa. E, além disso, fomos considerados o país mediterrânico com a maior pegada alimentar per capita.
Por isso, torna-se importante abordar a temática da sustentabilidade alimentar, com foco na mudança a nível nacional, mas também global. O ponto de partida é nas escolhas alimentares da população e na sua própria gestão e produção.
Mas, como podemos ter uma alimentação mais equilibrada e sustentável?
Existem pequenos, mas importantes, hábitos que podemos ter no nosso dia-a-dia, contribuindo para um planeta mais limpo e saudável, nomeadamente:
• Optar por produtos locais e pequenos produtores
• Preferir alimentos frescos e da época
• Incluir algumas refeições vegetarianas na semana
• Reaproveitar sobras de outras refeições
• Evitar alimentos mais processados que envolvem o gasto de outros recursos
• Fazer reciclagem em casa e optar pela compostagem
• Preferir embalagens familiares e de papel
• Cozinhar apenas a quantidade necessária de refeições para cada pessoa
A nossa alimentação e comportamentos diários têm impacto no meio ambiente. A mudança está em criar ações que reduzam essa chamada pegada ecológica. A nossa saúde depende do impacto ecológico no planeta. Quando mais explorarmos os recursos naturais até à exaustão, contribuirmos para práticas agrícolas e de produção pouco “amigas do ambiente” e poluirmos recursos essenciais como a água, a terra, os oceanos e o ar, menos saudáveis seremos. E, mesmo que tenhamos uma alimentação mais equilibrada e diversificada, tendo por base hortofrutícolas, fontes de proteína (vegetal ou animal) e a redução de alimentos processados, se não realizamos boas escolhas de produtos alimentares, estaremos a consumir produtos com pesticidas, herbicidas, microplásticos e outros.
A mudança está nas nossas mãos!
Autoria: Drª Sara Gomes - Nutricionista Bioforma
FONTES
1- Galli A, Moreno Pires S, Iha K, Alves AA, Lin D, Mancini MS, et al. Sustainable food transition in Portugal: Assessing the Footprint of dietary choices and gaps in national and local food policies. Sci Total Environ. 2020. https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969720348361
2- Lopes C et al. Inquérito alimentar nacional e de atividade física (IAN-AF) 2015-16. Universidade do Porto. 2017.
3- Associação Portuguesa de Nutrição. Alimentar o futuro – uma reflexão sobre sustentabilidade alimentar consultado em 06/04/2022 Disponível em https://www.apn.org.pt/documentos/ebooks/E-BOOK_SUSTENTABILIDADE_APN.pdf